terça-feira, 24 de março de 2009

OBSERVATORIO



Sem pão, sem lar, sem conforto,
O acadêmico, afinal,
Não tem onde cair morto...
Por isso é que é imortal... (Olavo Bilac)

Com o verso acima, Bilac ironizou a difícil situação dos membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) no seu tempo. Ao lado de Machado de Assis, lutou com obsessão pela criação da ABL e, como membro fundador, ocupou a Cadeira nº15, cujo Patrono é o poeta Gonçalves Dias.

A ACADEMIA CRATEUENSE

No próximo final de semana, alguns crateuenses estarão reunidos para discutir a formação de uma Academia Municipal de Letras. Visando congregar os amantes das letras que nasceram ou habitam a terra do Senhor do Bonfim, a Academia se constituirá em importante lócus de estímulo ao fortalecimento cultural do município. Províncias de igual ou menor densidade geopolítica e demográfica que a nossa, já têm sua Academia Municipal de Letras. Está na hora da nossa. Desde o ano passado, quando ocorreu uma reunião preliminar na Casa de Cultura João Batista, que um grupo se sensibilizou para levar adiante a formatação dessa Arcádia.


PORQUE UMA ACADEMIA

Sei que muita gente pode se interrogar a respeito da viabilidade de um empreendimento dessa índole num município gravado com marcantes dificuldades, em especial pela aridez física, social e, sobretudo, econômica. É comum ao vulgo o entendimento que desenvolvimento cultural está visceralmente ligado ao desenvolvimento econômico. Gerardo Mello Mourão respondeu a isso quando sustentou a tese de que “o capital, aliado da tecnologia, sabe como produzir um bom médico, um bom engenheiro, um bom automóvel. Mas não sabe produzir um poeta, um músico, um pintor. Se fosse assim, as escolas de Tóquio, dos Estados Unidos, da Alemanha e até de São Paulo e da Coréia estariam produzindo Homeros, Shakespeares, Dantes, Rembrandts, Bachs e Picassos. E não estão, não é? Os sociólogos, como ensina meu mestre Unamuno, são os sujeitos que não sabem nada, e quando sabem, sabem a posteriori. Os filósofos, os poetas, os artistas, como a própria arte, não são fruto da civilização industrial. São mesmo, de um modo geral, os marginais dessa civilização e desse tipo de progresso, desse poder de produção de riqueza. Honro-me de ser um marginal desse processo, como o foram Homero e Dante, Holderlin e Van Gogh, Rimbaud e Baudelaire, os grandes filósofos e os grandes reitores do saber e do espírito”.

ODAR

A inesperada partida, dois dias depois do Feriado de São José, do comerciante Odar comoveu a cidade. Como o esposo de Maria, Odar era um homem de bem, amante do trabalho, cultor da discrição, alfaiate da concórdia. Integrou as fileiras do Exército, trabalhou como taxista e, desde algum tempo, firmou-se como comerciante. Figura confiável e respeitada, deixou um bom exemplo de vida. Nossas condolências à família.

MAÇONARIA

Nos próximos dias 28 e 29 de março, os maçons crateuenses ligados ao Grande Oriente do Brasil receberão a visita do Grão Mestre Estadual, Valdir Chagas. Este, juntamente com uma comitiva da direção cearense da Ordem, estará em Crateús para coordenar um Curso sobre Administração de Loja Maçônica. O evento ocorrerá nas dependências da Loja Liberdade e Justiça 1712, que está localizada na Rua Clóvis Beviláqua.


PARA REFLETIR

Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE - O GRANDE:

1 - Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2 - Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados, como prata, ouro e pedras preciosas;

3 - Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou:

1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos. A vida é muito sábia, dela só levamos nosso conhecimento e prazeres.

(Publicado na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste)

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