sexta-feira, 4 de junho de 2010

OUTRA QUE NÃO VAI PEGAR

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o fim da prisão especial para quem dispõe de diploma universitário, bem como para os detentores de cargos eletivos. Prisão especial, depois da aprovação do projeto, só para quem estiver correndo risco de vida no convívio com outros presos.


Além de subjetiva a ressalva, a depender da interpretação da autoridade policial, salta aos olhos a inocuidade da proposta. Irá para o xadrez coletivo de uma delegacia qualquer o deputado ou senador preso em flagrante por algum crime, ou engenheiro milionário, dono de uma mega-empresa, acusado de remessa ilegal de dinheiro para o exterior?


Acresce ter sido essa profilática medida diversas vezes anunciada e até aprovada em sucessivas reformas do Código de Processo Penal que não pegaram. Nem pegará, depois que a lei for sancionada. O problema é econômico, tanto quanto de poder. Cadeia, mesmo, daquelas imundas e promíscuas, só para pobres e desprotegidos. Isso quando os ricos e poderosos tiverem caído nas malhas do Código Penal, coisa muito difícil de acontecer enquanto estiver em vigência a prática da impunidade, para o senador Pedro Simon o maior dos males nacionais. Não se trata de mais leis, senão de menos pudor, característica de uma sociedade como a nossa.


EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

Reviravolta na estratégia tucana: José Serra decidiu encontrar o mais breve possível seu companheiro de chapa. Pretende anuncia-lo dia 12 próximo, em Salvador, quando então seriam formalizadas as duas candidaturas. Até agora a disposição do ex-governador de São Paulo era de deixar para julho a questão da vice-presidência, quem sabe mantendo um mínimo de esperança sobre Aécio Neves reconsiderar a negativa. Se foi isso, não é mais, pois por sugestão de Serra reuniram-se esta semana os presidentes do PSDB, do DEM e do PPS, para a primeira rodada de seleção do candidato a vice.


Sérgio Guerra, Rodrigo Maia e Roberto Freire estabeleceram as preliminares: o escolhido deve, de preferência, ser do DEM e do Nordeste. O leque é razoável, com Marco Maciel e José Carlos Aleluia na pole-position. Claro que mudanças de critério poderão ocorrer, ensejando um candidato do próprio PSDB, como Tasso Jereissati ou Sérgio Guerra.


De qualquer forma, o trem começa a sair da estação. Caso não encontre um túnel pela frente, chegará antes do dia 11 à capital baiana.


(Por Carlos Chagas)

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