quinta-feira, 24 de junho de 2010

SERIDIÃO MONTENEGRO LANÇA HOJE "O EXPRESSO DO PASSADO"

Seridião ao lado da amada Luiziane Esteves




Hoje o espaço do Centro Cultural OBOÉ, principal point de lançamentos literários de Fortaleza, será pequeno para acolher a imensa legião de amigos de Seridião Montenegro. Ele estará lançando, a partir das 19:30 hs, o livro “O EXPRESSO DO PASSADO”, um delicioso relato autobiográfico escrito em estilo encantador. A obra será apresentada pelo Presidente do TCU, Ministro Ubiratan Aguiar, que é amigo do autor.

Seridião é detentor de expressivo currículo. Meu confrade na Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF, deferenciou-me com o convite para que escrevesse a Orelha do livro.

Eis, em primeira mão, o que escrevi:

Conheci o condutor deste veículo em um desses almoços da vida. De pronto, senti-me cativado por seu jeito virtuoso. Seridião é uma agradável “Correia” de afeto, um exuberante “Montenegro” de transbordante emoção. Empós, quis Orfeu que nos irmanássemos na Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF. Em nossos fraternos encontros ele sempre nos brindou com passeios no seu Expresso do Passado.

Agora, apresenta esse seu transporte-relíquia sob a forma de um livro. Eis um artefato de renda pura, um bordado primoroso, tecido com os fios de lã de uma memória fascinante revigorada no curtume do tempo.

É uma peça de soberana singeleza, de envolvente encanto. São adoráveis reminiscências da Fortaleza de alhures e de outras paragens onde este oficial da amizade sentou praça. Lembranças que, como ele mesmo ressaltou, foram retiradas “do sacrário do coração”.

O fascínio dessa obra é que ela transita por artérias que, em algum momento da existência, cada um de nós também já percorreu. Quem nunca brincou de gato e rato a caminho do colégio, se deslumbrou com a possibilidade de um pé de dinheiro, inventou desculpas para driblar a severidade materna, deu uma esticada até a boate, apaixonou-se por um time de futebol ou flanou pelas ondas tempestuosas da política?

Eis aqui um reencontro com a civilização da elegância, do louvor à fé ardente, da reverência aos mais velhos, da leve e benéfica esperteza.

Estas páginas exalam o ameno perfume dos encontros tímidos e das cantadas ingênuas. Delas se escuta o balanço do mar deslumbrante da terra da luz. Nelas se identifica as rajadas do enlevo infantil, o badalar dos sinos monasteriais da adolescência.

De cada sílaba explode uma brasa de ternura, como se cumprisse uma missão de manter permanentemente acesa a tocha olímpica da honra.

Pablo Neruda, o mais caloroso poeta que o frio austral do Chile já germinou, ressaltou que “As memórias do memorialista não são as memórias do poeta. Aquele viveu talvez menos, mas fotografou muito mais, recreando-nos com a perfeição dos pormenores. Este entrega-nos uma galeria de fantasmas sacudidos pelo fogo e pela sombra da sua época”.

Se vivo fosse, Neruda certamente faria um reparo em sua peroração, pois encontramos um híbrido ser que tem cabeça de memorialista e alma de poeta: Seridião Correia Montenegro, o aprumado piloto deste Expresso do Passado".


(Por Júnior Bonfim)

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