domingo, 11 de julho de 2010

CONJUNTURA NACIONAL

Tempos de Índio

Em tempos de Índio do Brasil, vice de Serra, uma historinha do passado. Dia das Mães. Rio de Janeiro era o antigo Distrito Federal. A Câmara de Vereadores realizava sessão solene a requerimento do vereador Frederico Trota, do PTB. O vereador Índio do Brasil (tem algum parentesco com o simpático deputado do DEM ?), em nome do PSP, passou a saudar as mães convidadas que lotavam o plenário, e começou assim seu discurso:

- Ninguém mais indicado para ser mãe do que a mulher.

Saborosa historinha contada por Sebastião Nery.


Sabe nadar?


Seu Lunga, quando jovem, se apresentou à Marinha para a entrevista:

- Você sabe nadar? Pergunta o oficial.

- Sei não, senhor.

- Mas se não sabe nadar, como é que quer servir à Marinha?

- Quer dizer que se eu fosse para a Aeronáutica, eu tinha que saber voar?


Centralização tucana

Um dos problemas enfrentados pelos tucanos é a centralização excessiva por parte do candidato José Serra. Tudo passa por ele. Coisas pequenas e grandes. É do seu estilo concentrar poder. Não gosta de dividir. Não adianta programar nada sem o referendo do candidato. Agora, a campanha de marketing e comunicação passará por um conselho, composto pelos cardeais do partido. Gonzalez vai ter de rebolar para agradar a todos. Não conseguirá. Virão críticas fortes. A conferir.

Major na amizade

Interventor, deputado estadual, constituinte no Pará, João Botelho era Secretário de Segurança, quando recebeu em audiência um capitão do Exército, fardado:

- Tenha a bondade, major.

- Major, não, doutor Botelho, capitão.

- Mas é major na promoção de minha amizade.


Lula de licença


Cresce a ideia de Lula tirar licença para fazer a campanha de Dilma. Se esse é o principal projeto do presidente para este ano, como ele faz questão de frisar, a pressão será irresistível. A alternativa é bem viável, eis que o vice Zé Alencar, fora do páreo este ano, é confiável e está administrado bem seus problemas de saúde.

Panorama eleitoral

Pinço situação dos candidatos em alguns Estados:

Acre - Tião Viana (PT): 33,4%; Tião Bocalom (PSDB): 23,4%. Pesquisa do Instituto Phoenix, em abril.

Amazonas - Omar Aziz (PMN): 51%; Alfredo Nascimento (PR): 36%. Pesquisa do Ibope, em junho.

Pará - Simão Jatene (PSDB): 25%; Jader Barbalho (PMDB): 24%; Ana Júlia (PT): 23%. Pesquisa do Ibope, no final de maio.

Inadimplência

O consumo em alta dá nisso: expansão da inadimplência. Prestações com atraso de mais de 90 dias aumentaram em maio e devem continuar alta em junho. Maiores problemas estão nas dívidas de cartões de crédito.

Aperitivo

Lula promete pagar os proventos atrasados dos aposentados, em agosto, um pouco antes de começar o horário eleitoral, dia 17. Trata-se de um aperitivo que poderá refrescar a cuca dos velhinhos. Para manter a temperatura agradável em toda a campanha. Desde janeiro, paga os 6,14% estabelecidos na MP. Deverá, em agosto, pagar a diferença - 7,7% aprovados pelo Congresso - relativa a 5 meses - de janeiro a junho - beneficiando 8 milhões de aposentados.

E esse ônibus, é seu?

Seu Lunga foi pegar um ônibus. O motorista pediu sua carteira de identidade... olhou, olhou, olhou e lançou o desafio:

- Mas essa carteira não é sua!

Seu Lunga não perdeu o rebolado:

- E esse ônibus é seu, fio de uma égua?

Os Pires Franco

A família Pires Franco, do Pará, está tiririca com os tucanos. Simão Jatene, candidato ao governo, fechou as portas para Valéria Pires Franco, que seria candidata ao Senado. Teria feito acordo com Jader Barbalho, que o apoiaria no segundo turno contra a candidata à reeleição pelo PT, a governadora Ana Júlia Carepa. O marido, deputado Vic Pires Franco, decidiu não se candidatar. Saem da vida pública xingando o PSDB.

Loures confiante

O deputado Rodrigo Rocha Loures, candidato a vice-governador na chapa de Osmar Dias, no Paraná, está confiante. Garante à coluna: "vamos vencer a parada". Mas Beto Richa, o bem avaliado prefeito de Curitiba, ainda é, hoje, o favorito.

Planejamento sem improviso

Agora que o Brasil ficou fora da Copa, resta mobilizar os esforços da gestão pública e da gestão privada em torno do empreendimento de 2014. Um evento da magnitude de uma Copa Mundial de Futebol precisa ganhar um planejamento completo, inclusive com planos alternativos. Cada segmento deve ser cuidadosamente pensado. As empresas que construirão/reformularão os estádios disporão de know-how adequado? Vejamos a questão da segurança dos estádios. Na África do Sul, a segurança caberia à vigilância privada. O plano alternativo implicaria o emprego da Polícia local. Diante da greve de vigilantes por falta de salários, policiais assumiram a segurança interna. Mas alguns jamais tinham sequer entrado num campo de futebol. Tumultos. Falhou o planejamento.

Sistema de segurança

O exemplo da África do Sul precisa ser bem avaliado, a partir da escolha do sistema de segurança dos estádios. Urge evitar que empresas sem história, sem experiência, organizadas apenas para ganhar concorrências entrem na arena. O que se viu naquele país africano tem sido comum entre nós: empresas improvisadas acabam enfrentando greve geral de seus trabalhadores. Salários não foram pagos e até equipamentos deixaram de ser adquiridos. Para não pagar um "mico mundial", a Polícia local teve de assumir funções previstas para a vigilância. O ministro Orlando Silva, nomeado como Autoridade Olímpica, deve começar a relacionar os setores de serviços que entrarão no circuito da Copa de 2014.

E os meninos?

João Botelho encontra o cabo eleitoral:

- Como vai? E sua diletíssima esposa? E as crianças?

- Tudo bem, deputado. A mulher está ótima. Mas, por enquanto, é um menino só.

- E eu não sei que é um filho só? É um menino, certo, mas que vale por muitos. Então como vão os meninos?

Investimentos na Copa

O Estudo Brasil Sustentável - Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo de 2014, produzido pela Ernst & Young em parceria com a FGV, faz a seguinte estimativa de investimentos para a Copa de 2014. Mídia: R$ 6,5 bilhões; Estádios: R$ 4,6 bilhões; Parque Hoteleiro: R$ 3,1 bilhões; Reurbanização: R$ 2,8 bilhões; Segurança: R$ 1,6 bilhão; Rodovias: R$ 1,4 bilhão; Aeroportos: R$ 1,2 bilhão; Tecnologia da Informação: R$ 309 milhões; Energia: R$ 280 milhões; Fan parks: R$ 203,8 milhões; Centros de Mídia e Transmissão: R$ 184,5 milhões.


Fichas sujas, empate

Há sete pedidos de liminar, feitos por fichas sujas, que foram aceitos por ministros do TSE. E há sete que foram negados pelo presidente Ricardo Lewandowski. Portanto, a conta está empatada. Em agosto, após o recesso, o plenário do TSE decidirá sobre o mérito da questão. A sociedade espera que o Projeto do Ficha Limpa seja adotado imediatamente.

Gastos elevados

Na campanha de 2006, os dois principais candidatos à presidência da República, Geraldo Alckmin e Lula, tiveram previsão de gastos da ordem de R$ 210 milhões. Neste ano, a previsão é um aumento de 60%, ou seja, os dois principais candidatos, Dilma e Serra, terão gastos estimados em R$ 337 milhões.

Alckmin e Mercadante

Geraldo Alckmin promete continuar a desoneração tributária que ele iniciou quando era governador. Serra, depois, não deu continuidade. Aliás, essa é uma queixa que o empresariado paulista registra em relação à dureza serrista - com o braço de Mauro Ricardo - na frente tributária. E propõe também ampliar cursos de nível superior à distância, horário integral na escola e valorização contínua dos professores. Aloizio Mercadante elege como prioridades as áreas de educação, segurança, saúde, transportes e habitação. Mercadante defende o fim de aprovação automática, a construção de escolas, cursos noturnos e a contratação de professores. Na saúde, quer parceria com os programas federais.


Conselho a Ricardo Teixeira

Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado aos candidatos favoritos nas eleições de outubro. Hoje, volta sua atenção ao presidente da CBF - Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira:

1. Tenha muita cautela ao escolher o novo técnico da Seleção Brasileira. Veja qualidades: capacidade/conhecimento; base psicológica; relação com a imprensa; apoio popular, entre outros.

2. Procure sondar sentimento social a respeito dos nomes.

3. Ao escolhido, deve-se exigir cuidadoso planejamento de todas as fases e ciclos a serem vividos pela Seleção até 2014.

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(Gaudêncio Torquato)

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