sexta-feira, 8 de abril de 2011

HOMEM INVADE ESCOLA E MATA 12 CRIANÇAS


Um homem, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e atirou em crianças e funcionários, matando pelo menos 12 crianças e ferindo outras 13, na manhã de ontem, quinta-feira (7/4). Quatro estão em estado grave. A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias no país.

Os números foram informados pelo secretário de saúde do estado, Sérgio Cortes. Entre os mortos contam-se nove alunas e um aluno da escola, com idade entre 12 e 14 anos e o próprio atirador. Depois de ser atingido nas pernas por policiais militares que participavam de uma blitz nas proximidades da escola, o homem se matou com um tiro. Ele não tinha antecedentes criminais.

Segundo informações das autoridades, o homem era ex-aluno da escola, pois tinha no bolso uma carteira da escola com sua identificação. Em uma carta deixada por ele, dizia ser portador do vírus HIV. Com frases sem sentido, ele fez também referências ao islamismo e ao terrorismo internacional. Junto ao seu corpo foram encontradas duas armas descarregadas.

O tiroteio causou pânico entre professores e alunos da escola. A professora Vanessa Duarte, orientadora do programa de jovens e adultos no turno da noite, disse que levou um susto com a notícia. "O sistema de segurança da escola é super-rigoroso, tem segurança, câmera nos corredores, sistema interno de TV. Todos precisam passar por três portões fechados. Estou até assustada, não sei como esse homem conseguiu entrar e depois sair."

Em entrevista coletiva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que o atirador entrou no colégio alegando que iria buscar seu histórico escolar. Em seguida, ele saiu e atirou contra as crianças. Um policial militar que dava apoio a uma fiscalização do departamento de trânsito próxima à escola, ouviu os disparos e conseguiu imobilizar o atirador com um tiro na perna. Em seguida, o homem atirou contra a própria cabeça.

Cabral destacou a ação do policial: "Quero agradecer ao herói, o terceiro sargento Alves do 14º BPM que estava participando de uma operação do Detro aqui perto. Dois meninos feridos abordaram as viaturas. Quando ele chegou à escola, o atirador já tinha acabado o massacre no primeiro andar, e estava no terceiro andar, quando se matou. Ele estava preparado para mais disparos, segundo a polícia militar".

Além de prestar solidariedade e apoio às famílias das vítimas, o governador prometeu abrir investigações para descobrir como o atirador "adquiriu experiência com armas e a origem de todo este episódio lamentável".

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a tragédia poderia ter sido maior se não fosse a ação dos policiais. Segundo ele, a Secretaria de Educação do município já fez contatos com as famílias das vítimas. Ele disse, também, que a escola não será fechada:"A escola não vai ser fechada. Ela tem a história de formação de muitos cariocas. Eles contam com a nossa solidariedade".

A presidente Dilma Rousseff disse estar chocada e consternada com a tragédia e acompanha o episódio com grande "preocupação", de acordo com informações do porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena. Dilma conversou nesta manhã com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e com o prefeito, Eduardo Paes, para saber detalhes sobre o episódio e determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que tome as providências necessárias em relação ao episódio.

Três ministros já se mobilizaram para acompanhar os aocntecimentos. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Fernando Haddad, vão coordenar pessoalmente as ações e as providências tomadas em relação ao crime. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que cumpre agenda em Belo Horizonte, segue, na tarde desta quinta-feira (7/4), para o Rio de Janeiro.

Ao ser informado sobre a tragédia na escola municipal, Cardozo telefonou para o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital, Eduardo Paes. Na conversa, o ministro se colocou à disposição do governo estadual e da prefeitura. Em João Pessoa (PB), onde participa de uma solenidade, Cardozo pediu um minuto de silêncio em solidariedade às vítimas da tragédia no Rio.

Em nota, Fernando Haddad lamentou o ocorrido e disse que esse é um dia de luto para a educação brasileira. "Hoje é um dia de luto para a educação brasileira; uma tragédia sem precedentes", afirmou ao chegar a Porto Alegre, nesta manhã. O ministro informou que toda a rede federal carioca está à disposição da prefeitura do Rio e das famílias das vítimas. Haddad suspendeu as atividades que estavam marcadas para tarde desta quinta-feira em Porto Alegree decidiu voltar para Brasília — de onde coordenará as ações.

O presidente do Senado, José Sarney classificou o ato de terrorismo. "De certo modo, isso é um ato de terrorismo quando a gente procura atingir pessoas civis. Não é da nossa tradição atos dessa natureza. Precisamos parar de uma vez com isso para que isso não floresça", afirmou. Ressaltando que uma atitude dessa "choca profundamente" e gera uma insegurança nas crianças e nos pais, o presidente do Senado cobrou das autoridades maior presença da Polícia na segurança das escolas.

A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, que está em Washington, cancelou seus compromissos no exterior assim que soube do episódio e deve retornar hoje ao Brasil. Ela estava na capital norte-americana para uma palestra e para negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visando à obtenção de recursos para melhoria das escolas públicas do município do Rio de Janeiro.

O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) enviou nota à imprensa para manifestar solidariedade aos alunos, familiares, professores e funcionários da escola. "Nesse momento de dor, por ato de um insano, o IAB coloca-se à disposição das autoridades para, através do seu corpo de associados, colaborar no que for preciso."

O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, manifestou "inteira solidariedade" às famílias e disse esperar que as autoridades "consigam elucidar as causas que levaram o criminoso a este ato monstruoso, sem paralelo em nossa história".

O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Mattar Jr., também divulgou nota pública sobre o assassinato dos alunos. “Conamp torna pública a sua solidariedade e presta seus pêsames aos familiares e amigos das vítimas e espera que o caso, sem precedentes no País, seja elucidado pelas autoridades competentes”, disse ele.

Veja a nota divulgada pela Conamp:

"A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), diante da tragédia ocorrida na manhã de hoje no Rio de Janeiro, vem a público manifestar profundo pesar face ao assassinato dos alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo.

A Conamp torna pública a sua solidariedade e presta seus pêsames aos familiares e amigos das vítimas e espera que o caso, sem precedentes no País, seja elucidado pelas autoridades competentes, e que todas as providências cabíveis sejam tomadas para que novos episódios não ocorram.

A tragédia expõe a fragilidade do sistema de segurança pública em todo o País e aterroriza a população, que se sente ameaçada e desamparada pelo Estado.

César Mattar Jr.

Presidente da Conamp"


*As informações são da Agência Brasil e da Assessoria de Imprensa do governo do Estado do Rio de Janeiro.


*********************************************

EDITORIAL DA FOLHA DE SÃO PAULO

O país prostrou-se diante da notícia vinda do Rio de Janeiro: o jovem Wellington Menezes de Oliveira, ex-aluno da escola municipal Tasso da Silveira, no pacato bairro de classe média de Realengo (zona oeste do Rio), invadiu o estabelecimento e disparou seguidas vezes contra alunos. Foram dez meninas mortas e dois meninos. O criminoso também morreu.

Essa classe peculiar de massacre é inédita no Brasil, ao menos na quantidade de mortes dentro de uma escola e sem relação aparente com tráfico de drogas ou crimes passionais. Segue um padrão sinistro, originário dos Estados Unidos, onde se conta uma dezena de episódios similares nas duas últimas décadas -entre os mais célebres figuram o de Columbine, Colorado (1999), e o de Virginia Tech (2007).

O fenômeno não é exclusivamente americano, contudo. Alemanha, Canadá, China, Escócia e Finlândia, entre outros, já presenciaram tragédias como essas -para falar apenas de massacres ocorridos em locais de ensino.

As notícias correm o mundo. Em todos os países se acham jovens perturbados, que num dado momento -sempre imprevisível, por mais que se esmiúcem os eventos- abrem a bala o caminho para uma triste fama.

A busca por algum sentido no massacre de Realengo se repetirá, de novo sem muita chance de sucesso. Por solidariedade, sensação de impotência ou mero oportunismo, políticos e especialistas estarão entregues ao exercício de propor soluções atabalhoadas, como o endurecimento das leis ou a instalação de um regime policial nas escolas públicas.

Mesmo que se posicionassem policiais em cada colégio, não haveria garantia de que tais episódios seriam evitados. Escolas são locais públicos; no Brasil, onde os estabelecimentos da rede oficial são notoriamente problemáticos, seria até desejável que mais pais de alunos e ex-alunos -a comunidade, enfim- os frequentassem.
Transformar escolas em fortalezas não impede nem a violência urbana, cotidiana e convencional. O que dizer, então, de explosões irracionais como a do colégio Tasso da Silveira? A hora é de luto e compaixão, mais que rompantes.

Ao poder público compete empreender investigação minuciosa da matança, para iluminar o que for possível sobre Realengo. Por exemplo: como foram obtidas as armas usadas pelo atirador?

Não será surpresa constatar que, apesar de tantas campanhas de desarmamento, a facilidade de acesso às ferramentas da morte continua uma das falhas mais gritantes do trabalho policial no país.

3 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena, vidas serem perdidas por conta da insanidade de alguém.... Nosso governador prestou solidariedade e apoio as famílias das vítimas e decretou luto de sete dias no RJ.

Anônimo disse...

Devemos procurar comprender melhor os alunos e velos com os olhos da Alma para melhor intuí-los como honens de amahã fazer com que eles sejam um ser gente para lidar com gente UM SER HUMANO COMPLETO,e não mero ser apenas, instuí-lo como Jesus nos ensinou colocar o AMOR sobre TUDO... o exaluno não foi conhecido com seus proplemas psicológicos pelos professore durante seu tempo de estudante.

Anônimo disse...

os problemas ocorridos com o ex.aluno,apesar de fazer parte da deficiência psicológica,o mesmo por ter esse tipo de deficiência tudo indica que o mesmo estava recebendo instruções através do computador da Religão Islãmica que de acordo com o Alcorão matar o adversário não constitui crime e sim uma ordem do deus deles,que os homens bombas tb. faz parte da religião.