O tempo passa, é Certo,
Porém a lembrança fica
Dos velhos passeios no Ipu
Regados a banho de bica.
Comendo paçoca na lata
No meio daquela mata,
De natureza tão rica.
*
Meus pés trilharam com gosto,
As pedras daquele chão,
Nos inesquecíveis banhos
Aonde escorria o Gangão.
Onde fluíam os amores,
Ímpetos, desejos, ardores,
Nas primícias da paixão.
*
Ipu das santas festas,
Das novenas, procissão,
Do santo mártir Guerreiro,
Que do Ipu é guardião.
Em todo mês de janeiro
Dou vivas ao padroeiro,
Que é São Sebastião.
*
Ipu hoje está diferente,
Sem perder a majestade.
A natureza foi pródiga
Ao criar esta cidade,
Onde o verde faz festa
E sempre se manifesta
Em várias tonalidades.
*
Se a bica não cai como antes,
Porém o lajedo encanta.
A água bate na pedra,
Forte ou fraca, mas canta!
E para minha alegria
Ressoa feito sinfonia
A música que acalanta.
*
Texto de Dalinha Catunda
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