terça-feira, 31 de maio de 2011

OBSERVATÓRIO

Recebi semana passada do Prefeito Carlos Felipe o seguinte convite: “Crateuense Amigo(a), O Exmo. Sr. Prefeito de Crateús, Dr. Carlos Felipe Saraiva Bezerra, tem a honra de convidá-lo(a) para um café da manhã, onde discutiremos propostas para o PLANO DECENAL DE CRATEÚS, em alusão ao Centenário de emancipação política do município. Local: Marina Park Hotel-Salão Iracema-Fortaleza. Data: 28/05/2011. Horário: 08:30 ás 12:00h”.

CONVITE

A iniciativa do convite é louvável. É sempre um gesto bem vindo o de um governante deflagrando um processo de discussão, debates, confronto de idéias. Estive ausente desse encontro porque, no mesmo horário, estava no Palácio da Luz (sede da Academia Cearense de Letras) participando de uma reunião da AMLEF (Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza) anteriormente agendada. Embora faça contraponto à atual gestão, entendo que nada impede de opositores políticos protagonizarem um debate civilizado sobre os destinos da terra natal. Soube depois, por intermédio do vice-prefeito Mauro Soares, que a pauta enfatizou em especial o centenário da cidade, cuja festa comemorativa está programada para novembro. É desejo dos que estão à frente do processo levar a termo a inclusão de Crateús no calendário estadual de eventos, materializando um Festival Internacional de Sanfona. Seria algo como o Festival do Jazz, de Guaraminga; o Festival do Chorinho, em Viçosa do Ceará ou a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antonio, em Barbalha. Parabéns a quem idealizou essa ação.

CONVITE II

Fazemos, no entanto, três ponderações: 1. Os instrumentos de planejamento obrigatórios no nosso ordenamento jurídico são: Plano Plurianual, Orçamento Anual e Lei de Diretrizes Orçamentárias (em todos eles a lei assegura a necessidade da participação popular). Por que, ao invés de fortalecer a participação do povo nesses instrumentos previstos, se cria um instrumento novo? 2. Por que se deflagrar esse processo de planejamento em Fortaleza e não em Crateús? Afinal quem está morando na cidade, vivendo o seu dia a dia, tem muito mais possibilidade de fazer um diagnóstico mais preciso da realidade local de que quem está à distância. 3. A elaboração de um Plano Decenal na segunda metade de um governo parece uma estratégia eleitoral de quem almeja continuar no poder. Lula, antes de concluir 50% do PAC 1, lançou midiaticamente o PAC 2. Por que? Para incutir no subconsciente das pessoas um desejo de continuidade. É natural que se cogite algo semelhante no atual governo municipal de Crateús. Malgrado isso, impõe-se ressaltar o profissionalismo da consultoria contratada para coordenar essa empreitada, a empresa Personal Consultoria, que tem à frente o nosso honroso conterrâneo João de Paula (vide Crônica ao lado).

NENEN

Quinta-feira. 26 de maio. Às 10:30 horas da manhã o deputado Nenen Coelho adentra no antigo prédio da Rádio Dragão do Mar, no centro de Fortaleza. Ali, onde hoje funciona o escritório de Marcos Cals, atual Presidente estadual do PSDB, os dois discutiram assuntos relacionados ao futuro do filho do Rodrigão e fizeram uma avaliação político-administrativa do PSDB em cada município da região, em especial Crateús, Novo Oriente, Independência, Quiterianópolis e Ipaporanga. Em nenhum desses municípios haverá sobressalto; em todos eles o Partido continuará nas mãos dos filiados históricos do partido. Marcos Cals e Nenen cultivam uma boa relação, pois ambos entenderam a posição que cada um tomou na campanha passada. Cumpriram compromissos. A marcha da história é na direção do futuro. Marcos revelou que estava torcendo para que Tasso conquistasse, na Convenção do dia 28, a presidência nacional do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o mais vitaminado e poderoso órgão da agremiação. Deu certo.

NENEN II

O velho timoneiro Ulysses Guimarães gostava da expressão “Como dizia De Gaulle: ‘Sua Excelência, o fato’”, para se referir a algo irrefutável. Eis um fato incontestável: Nenen Coelho é um político que não pode ser subestimado. É gregário e trabalhador. Sua trajetória revela ser um sujeito obstinado. Capaz de romper grandes barreiras e graves bloqueios. Oriundo de uma cidade-satélite de Crateús, conquistou a metrópole regional. Foi, em duas eleições seguidas, o mais votado no município. Transita com facilidade em todos os gabinetes públicos. Com igual desenvoltura, senta na mesa do diálogo com Tasso Jereissati ou José Pimentel. Além disso, exibe números no seu Novo Oriente que deixam os gestores crateuenses em verdadeira saia justa. Mirem-se no caso da educação. No prêmio Escola Nota 10, que contempla escolas bem avaliadas pelo Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (Spaece-Alfa), Novo Oriente disparou com quatro escolas entre as melhores (21º lugar); Crateús ficou com apenas uma (104º lugar)...

POSSE

Na noite da segunda-feira do próximo dia 13 de junho, às 19:30 horas, na Câmara Municipal de Fortaleza, ocorrerá a posse da direção estadual da Maçonaria do Grande Oriente do Brasil – GOB. É a primeira vez que um crateuense ocupará, através de eleição direta, o cargo de Grão Mestre Adjunto. Na festiva ocasião, o Vice-Governador Domingos Filho – que integra os quadros da Ordem - será agraciado com a medalha do mérito legislativo maçônico. O evento é aberto ao público. Prestigie.

PARA REFLETIR

(...) VOCAÇÃO – O estadista nasce, é o encontro de um homem com seu destino. O estadista é um animal político. (...) ESPERANÇA - Estadista é o arquiteto da esperança. Não é coruja que só pia agouro, nem Cassandra de catástrofes. (...) PACIÊNCIA - A impaciência é uma das faces da estupidez. Paciência é a competência para fazer a hora, não se precipitar. Saber escutar é um dom político. NÃO SERVIRÁS A DOIS SENHORES - A política não divide o tempo, a ocupação e as preocupações com nenhuma outra atividade. Político não compra nem vende nada. (...) ORDEM - São Tomaz de Aquino disse que a ordem é as coisas no seu lugar. Para isso é preciso hierarquizar e selecionar. É a capacidade de escolher. Quem confunde as coisas, desconhece prioridades, não tem senso de ordem. O estadista discrimina o essencial e o urgente para praticá-los. (Ulisses Guimarães, em Decálogo do Estadista).

(Por Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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