quinta-feira, 7 de julho de 2011

NO DIA DE HOJE, EM 1456, JOANA D'ARC - A SANTA E HEROÍNA FRANCESA - ERA ABSOLVIDA!


Joana d'Arc, santa e heroína francesa, conhecida como a "Virgem de Orléans".

Filha de lavradores, ainda menina começou a ouvir vozes que atribuía ser de São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida. Quando tinha 16 anos, as vozes aconselharam-na a ajudar o delfim Carlos VII a salvar a França do domínio inglês durante a Guerra dos Cem Anos.

Robert de Baudricourt, capitão das forças de Vaucouleurs, conseguiu um escolta para levar Joana até Carlos VII. Ao encontrar o delfim, no castelo de Chinon, falou sobre sua missão divina. O rei, então, mandou que teólogos a examinassem e, em seguida, deu-lhe o comando de uma pequena tropa.

Em maio de 1429, ela derrotou os ingleses e retomou a cidade de Orléans. Em julho, o delfim foi coroado na cidade de Reims. Joana ficou ao seu lado durante a coroação.

Em setembro de 1429, Joana tentou retomar Paris, porém não obteve êxito. Na primavera de 1430, ela entrou em Compiègne, mas foi capturada pelos Burgundians e entregue aos ingleses.

Carlos VII não fez nada para assegurar sua liberdade. Para escapar da responsabilidade e não fazer de Joana um mártir, os ingleses mandaram-na para a corte eclesiástica em Rouen. Ela foi acusada de heresia e bruxaria pelo bispo Pierre Cauchon e por outros clérigos franceses, que apoiavam os ingleses. Provavelmente, seu pior crime foi declarar que se comunicava diretamente com Deus; aos olhos da corte, essa recusa em aceitar a hierarquia da igreja era uma heresia.

Ela foi condenada a prisão perpétua, após assinar uma abjuração. Porém sua condenação durou pouco tempo, ela voltou atrás na abjuração e foi posta novamente em julgamento, sendo condenada à fogueira por heresia e queimada em praça pública em 1431.

Apenas em 1456, Carlos VII reconheceu os serviços de Joana à nação e tornou o tribunal que a condenou inválido. Joana foi beatificada em 1909 e canonizada em 1920. Sua vida inspirou inúmeras lendas e ela foi retratada em várias pinturas, estátuas.


*******************************************


UM POEMA EM LOUVOR A JOANA D'ARC

Balada das damas do tempo ido

Dizei-me onde, em qual país,
Anda Flora, a bela romana
Arquipíades, ou Taís,
Que foi sua prima-germana?
Eco a falar, voz que se emana,
Qual rumor, de rios e planos:
Que beleza foi mais que humana?
E onde estão as neves dos anos?

Da sábia Heloísa quem diz,
Por quem, castrado, fez-se monge
Pedro Abelardo em Saint-Denis?
Por seu amor sofreu tão longe.
E a rainha, também sem pena,
Que mandou forrar Buridano
Com um saco e jogá-lo ao Sena?
E onde estão as neves dos anos?

A Rainha Branca qual lis
A cantar com voz de sereia,
Berta-Pé Grane, Alis, Beatriz
Haremburgues, que o Maine alteia,
E a brava Lorena, a Joana,
Quem em Rouen, queimaram os anglos:
Onde estão, Virgem Soberana?
E onde estão as neves dos anos?

Príncipe, quereis na semana
Ter resposta? Nem este ano,
Pois o refrão não vos engana:
E onde estão as neves dos anos?


Tradução De Sebastião Uchoa Leite


Dites-moi où, n'en quel pays,
Est Flora la belle Romaine,
Archipiades, ne Thaïs,
Qui fut sa cousine germaine,
Echo, parlant quant bruit on mène
Dessus rivière ou sur étang,
Qui beauté eut trop plus qu'humaine ?
Mais où sont les neiges d'antan ?

Où est la très sage Héloïs,
Pour qui fut châtré et puis moine
Pierre Esbaillart à Saint-Denis ?
Pour son amour eut cette essoine.
Semblablement, où est la roine
Qui commanda que Buridan
Fût jeté en un sac en Seine ?
Mais où sont les neiges d'antan ?

La roine Blanche comme un lis
Qui chantait à voix de sirène,
Berthe au grand pied, Bietrix, Aliz,
Haramburgis qui tint le Maine,
Et Jeanne, la bonne Lorraine
Qu'Anglais brûlèrent à Rouen ;
Où sont-ils, où, Vierge souvraine ?
Mais où sont les neiges d'antan ?

Prince, n'enquerrez de semaine
Où elles sont, ni de cet an,
Que ce refrain ne vous remaine :
Mais où sont les neiges d'antan ?

François Villon

Nenhum comentário: