sábado, 2 de fevereiro de 2013

A PERDA DE UM FILHO PARA AS DROGAS

Meu filho foi assassinado em decorrência do crack. Daí, postei numa rede social a foto minha e dele e ela foi compartilhada por mais de 230 mil internautas e visualizada por mais de 100 milhões de pessoas. Aquilo tudo despertou o País para um mal que está instalado e em evolução, matando jovens em larga escala, o crack.

Tive oportunidade de estampar minha dor em nível nacional e também tirar uma grande conclusão: nós, os pais, não estamos sendo preparados por políticas públicas para enfrentarmos as drogas quando ela ainda não invadiu nossos lares.

Agora, com a decisão do governador Cid Gomes colocando Socorro França à frente do combate as drogas, acendeu-se uma luz na outra ponta do túnel.

Observem, eu e minha ex-mulher tivemos o primeiro filho, o Tiago, com 20 anos de idade cada um. Adolescentes ainda. E quando ele apareceu com drogas revelou-se todo um despreparo espiritual e psicológico. Esse conhecimento era fundamental para o enfrentamento daquela nova situação. Só depois de toda uma experiência de vida, eu, hoje com 50 anos de idade e depois da pancada do assassinato do filho envolvido com o crack, e da campanha nacional Acorda Juventude ter sido deflagrada, posso declarar que Tiago, ao provar droga pela primeira vez, diante de pais despreparados, estava assinando a própria sentença de morte!

No nosso caso, fizemos tudo que não poderíamos fazer para a criação de um filho quando ele entra no mundo nas drogas, aos 14 anos de idade. Aliás, uma idade tardia nos padrões dos novos tempos! Ele foi posto para fora de casa, várias vezes, quando aprontava, mas deveria ter sido amado. Foi dito “sim” quando o certo teria sido o “não” com sabedoria.

Os pais dele não se entendiam dentro de casa. Casaram-se meninos e a droga por si só acrescenta desarmonia ao lar. Quando o correto teria sido lutarmos juntos para salvar a vida do filho. Faltou habilidade, fé e chamamento a nosso Senhor Jesus Cristo, como prega o governador.

Somos um povo atento, vigilante e agora conectado. O crack era a gota d’água que faltava para revelar o sentimento de abandono que sente a sociedade nesse aspecto, coligado à Segurança Pública.

O Acorda Juventude é apenas um sinalizador de que o povo não suporta mais incompetência dos governantes no trato desta droga maldita no País. Os parlamentares e os governos federal e estaduais devem despertar.

O Estado e a família, cada um em sua esfera, exercem papeis fundamentais e distintos no combate às drogas. O Estado não tem poder para estar dentro dos lares, vigiando, mas pode usar os meios de comunicação em massa para orientar tanto preventivamente como nos fatos consumados.

O crack é uma epidemia que está matando os jovens de todas as classes sociais. Poderiam os políticos se reunir uníssonos em uma grande força-tarefa e dominar o problema.


Venício Guimarães
Empresário

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