terça-feira, 12 de março de 2013

OBSERVATÓRIO

Mahatma Gandhi, que provou para o mundo ser possível mobilizar toda uma Pátria em torno de um projeto revolucionário de transformação social pela via da não violência ou da resistência pacífica, protagonizou cenas de extraordinário valor pedagógico. Conta-se que, em determinada ocasião, uma mãe pediu uma audiência com o Mahatma. Indagada a razão do pleit, ela disse: - Mestre, quero que peça meu filho para parar de comer açúcar. Gandhi olhou para ambos, silenciou por alguns segundos e pediu que voltassem 15 dias depois. A Mãe, mesmo contrariada - pois não entendia a razão de demorar tanto tempo para solucionar coisa tão simples – aquiesceu. Quinze dias depois, retornou ao encontro com o “Grande Alma”. Ao entrarem, Gandhi mirou nos olhos do filho trazido ao seu encontro e vaticinou: “Pare de comer açúcar!”. Surpresa, a mãe perguntou o motivo que tinha levado o Mestre a deixá-los esperando tanto tempo para pronunciar aquela pequena frase quando podia tê-lo feito quinze dias antes. Gandhi respondeu: - É que eu também comia açúcar!
Coerência - ou harmonia entre prédica e prática, palavra e ação – eis o grande desafio dos tempos atuais, sobretudo para os homens públicos...

JOSÉ CORIOLANO

No último dia 08 de março, sexta-feira passada, a população da cidade de Crateús recebeu de volta o busto do seu poeta maior, José Coriolano de Sousa Lima, recolocado na praça ao lado da Catedral. A iniciativa foi da Academia de Letras de Crateús, representada por Edmilson Providência, Flávio Machado e Raimundo Cândido, mas contou com a colaboração do Poder Público e de vários conterrâneos. À solenidade compareceram diversos artistas, intelectuais, populares e autoridades, como o Prefeito, doutor Carlos Felipe e o Representante do Ministério Público, doutor José Arteiro Goiano. A imagem de um homem de existência curta, porém extremamente radiosa e laboriosa, retorna ao espaço donde nunca deveria ter sido retirado: o pátio da admiração coletiva. Ivens Roberto de Araújo Mourão, trineto do poeta, militante entusiástico e pesquisador incansável do legado do poeta, representou a família e brindou a Academia de Letras de Crateús com uma relíquia: um manuscrito poético de José Coriolano. (vide crônica ao lado).

DIA DA MULHER

A homenagem a José Coriolano ocorreu no mesmo dia em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, 08 de Março. A coincidência é emblemática, porque o autor de “Impressões e Gemidos” amava incondicionalmente sua musa, Maria Cesalpina. Na ocasião, a Professora Rosa Morais recebeu das mãos do seu sobrinho Zacarias Bezerra e do Prefeito Carlos Felipe o pergaminho contendo a benção Papal em honra do seu centenário, que ocorrerá em outubro, da nossa eterna professora e catequista.

LIVRO

Por falar na longeva família Morais, o doutor José Maria Bonfim de Morais, também sobrinho da Professora Rosa, estará lançando nos próximos dias um volumoso e primoroso livro sobre o Monsenhor Morais.

CURTAS

O Vereador João de Deus cumprimentou-me efusivamente no evento em louvor a José Coriolano para dizer que, como aniversariante da noite, não poderia receber presente melhor: o retorno da nossa pioneira Rádio Educadora de Crateús, que voltou a emitir suas ondas sonoras...

No dia 17 de março vai acontecer mais uma Eleição do Conselho Tutelar de Crateús. Longe de ser um espaço para teste eleitoral convencional, o Conselho Tutelar é um organismo pulsante e vital para a conformação social do núcleo familiar, célula mãe da sociedade, e no que pertine à conscientização dos deveres e direitos das Crianças e Adolescentes...

Os integrantes da Administração Municipal convidam para o lançamento da pedra fundamental do Campus Avançado da UFC, cujo terreno foi doado pelo empresário Lulu Cavalcante...

João Coelho Soriano, o Massaroca, noticiou: o Prefeito lhe confidenciou que vai renunciar à Prefeitura e pleitear uma vaga à Assembleia Legislativa. Com isso, o bastão do Poder Municipal sairá das rédeas do PCdoB e passará, pela primeira vez, às mãos do PT...

PARA REFLETIR...

Há na minha província uma ribeira,
Um sertão, onde eu vi a vez primeira
Sorrir-me da existência a doce luz:
Tem o nome da tribo que o habitava,
Quando ao rude tapuia entregue estava,
Esse nome, sabei-o, - “Crateús.”
(José Coriolano)

(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste, Crateús, Ceará)

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