quinta-feira, 17 de junho de 2010

OBSERVATÓRIO

O ano: 1962. Todas as principais forças políticas cearenses (UDN, PSD e PTN) se uniram em uma mesma coligação intitulada “União pelo Ceará”. O objetivo: derrotar Carlos Jereissati (PTB), que pleiteava o Senado e pontificava como um dos principais adversários do então governador Parsifal Barroso. Tasso Jereissati era um adolescente e acompanhava o pai, Carlos, na batalha eleitoral. Quando as urnas se abriram, Carlos Jereissati foi o único da chapa de oposição à “União pelo Ceará” que conseguiu se eleger. Segundo o historiador Altemar da Costa Muniz, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), “muito possivelmente, o Tasso nunca imaginou viver situação semelhante à do pai”. Mas... é o que se desenha.


JEREISSATI E OS “FERREIRA GOMES”

Os últimos fatos da política cearense revelam que esta pode ser a primeira eleição estadual em que Tasso e a família Ferreira Gomes se enfrentem diretamente. A história da parceria entre eles é conhecida. Todo o Ceará sabe que o sucesso político dos Ferreira Gomes tem dois motivos principais: primeiro, o talento dos seus membros (são águias no exercício da política); segundo, o apoio de Tasso. Quando era apenas Deputado Estadual e uma boa promessa, Ciro recebeu o convite do “Galego” para ser o líder do Governo da Assembléia. Depois, Prefeito de Fortaleza. Em seguida, recebeu das mãos de Tasso a faixa de Governador. A partir daí, fez carreira solo como Ministro de Estado, Candidato a Presidente e Deputado Federal. Mesmo quando virou oposicionista feroz do Presidente que Tasso apoiava, Ciro continuou recebendo a solidariedade do antigo aliado. Pela manutenção da amizade a Ciro, Tasso enfrentou todos os caciques do seu partido. E nunca fraquejou. Agora, os papéis se inverteram. Resta saber se a recíproca ocorrerá.


PAULO TELES I


Paulo Teles, na década passada, era um ilustre desconhecido. Em uma noite de festa no Clube Caça e Pesca, resolveu provocar o então Prefeito Paulo Nazareno, que estava no auge do mandato. Pavio curto e pouco dado à prudência que agora busca cultivar, Nazareno reagiu. O tempo fechou. Trocaram socos e pontapés. O episódio deu notoriedade a Teles. A oposição festejou. Nas eleições seguintes, candidato a vereador, Paulo Teles era apresentado como “o homem que enfrentou o Prefeito”. Davi contra Golias. E assim ganhou uma vaga na Câmara Municipal.

PAULO TELES II

Carlos Filipe, o atual alcaide, parece que já elegeu o seu Paulo Teles. Chama-se Silveira Filho. Deficiente físico, Silveira foi um dos mais eficientes e dedicados colaboradores das duas eleições que Felipe disputou. Há alguns dias, foi abruptamente expulso do Gabinete do Prefeito. O gesto causou desconforto. A imprensa explorou. A Prefeitura publicou uma nota desmentindo. Porém, ficou mal na foto.

OBRAS I


Em verdade, o Prefeito é beneficiário de um leque significativo de obras que os governos estadual e federal despejam no município. Embora várias delas sejam fruto de um trabalho antigo, caíram no colo do gestor atual, por conta dos bons fluídos da economia. E ele competentemente fatura em cima delas, chamando para si a paternidade de todas. Poderia, como o Lula, estar deslizando na maionese. Mas sofre de um visível desgaste. Por quê?

OBRAS II

Carlos Felipe desprezou seu maior capital: a credibilidade. Mais do que um simples tocador de obras, a população delirou com sua campanha messiânica porque enxergou nele um jovem sério, médico limpo, avesso a negociatas, inimigo da corrupção, algoz da politicagem e profeta da novidade. Uma vez no poder, requentou as práticas que, com justeza, havia condenado: desprezou aliados de primeira hora, trocou cargos por apoio, deixou aflorar suspeitas de direcionamento de licitações, esconjurou movimentos grevistas e deu aval a ações nepotistas. Deixou chispa de lama respingar na bandeira de esperança que desfraldou. Guardadas as imprescindíveis proporções, suscitou uma desilusão à Collor de Melo. Certamente, ao longo do mandato, exibirá muitas obras. É trabalhador e audaz. Porém, deveria cuidar da sua obra mais importante: a de recuperar e preservar o respeito ético e a dignidade moral que despertou. Esta não é física, mas espiritual. Definitiva e nobre. Para isso, basta um freio de arrumação, um enérgico murro na mesa dos deslizes. Abrir a janela da transparência e convidar todos à sala de estar do diálogo saudável. Do contrário, nenhuma das outras obras enterrará o arranha-céu da decepção.


FICHA LIMPA

Está decidido: a Lei Complementar 135/2010, que alterou a Lei das Inelegibilidades, valerá para este ano. Também chamada de “Ficha Limpa”, essa lei estabelece casos de inelegibilidade e determina providências que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato. A indagação que surge é: qual a situação dos deputados mais votados em Crateús, Nenen e Hermínio? Terão problemas? A resposta é simples: não! Ambos estão livres das molduras legais previstas na Lei. Ambos poderão ser candidatos sem maiores dificuldades de natureza legal.

ALC


Este mês a Academia de Letras de Crateús estará reunida. Formalmente constituída, passará agora por uma nova fase, com os ônus e bônus da personalidade jurídica. Na pauta, calendário anual de reuniões e assuntos mais urgentes. Espaço de debate qualificado, a Academia muito há de contribuir para o avanço cultural da urbe.

PARA REFLETIR

“A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência”. (Albert Einstein)



(Por Júnior Bonfim - na edição de hoje do Jornal GAZETA DO CENTRO OESTE, Crateús, Ceará)


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COMENTÁRIO:


Aos 40 do segundo tempo, não restava opção ao Senador que não a ruptura com os Ferreira Gomes. Afinal, uma coalizão entre PSDB e PSB no Ceará significaria a presença, num mesmo palanque, de Ciro Gomes e José Serra, o que seria, no mínimo, paradoxal à história recente de desavenças entre os dois.

Não se pode esquecer também que, aproximando-se do PSDB, o governador Cid estaria desfazendo os laços com a fonte provedora da União, o que não se mostraria razoável, notadamente em época de eleição.

No gand finale, Tasso seria posto em banho-maria até o dia 05 de julho, prazo limite para o registro dos candidatos, não indicaria candidato do PSDB e deixaria o caminho livre para os Ferreira Gomes fazerem aliança com o PT, sem qualquer oposição ao governo do Ceará.

Ponto para o senador!

Petrus Henrique

2 comentários:

Petrus H.C. disse...

Aos 40 do segundo tempo, não restava opção ao Senador que não a ruptura com os Ferreira Gomes. Afinal, uma coalizão entre PSDB e PSB no Ceará significaria a presença, num mesmo palanque, de Ciro Gomes e José Serra, o que seria, no mínimo, paradoxal à história recente de desavenças entre os dois. No se pode esquecer também que, aproximando-se do PSDB, o governador Cid estaria desfazendo os laços com a fonte provedora da União, o que não se mostraria razoável, notadamente em época de eleição. No gand finale, Tasso seria posto em banho-maria até o dia 05 de julho, prazo limite para o registro dos candidatos, não indicaria candidato do PSDB e deixaria o caminho livre para os Ferreira Gomes fazerem aliança com o PT, sem qualquer oposição ao governo do Ceará. Ponto para o senador!

Anônimo disse...

paulo nazareno é rei morto rei posto, não compare agua não se mistura com oleo, o primeiro esbofeteava todo mundo conegundes paulo teles....

á proposito onde voce encontrou que o nenen é ficha limpa...no TRE certamente não foi pois encontra -se no terceiro lugar da podridão..

o pior cego é deseja convecer tentando ocultar o que todo mundo ver....