sábado, 20 de agosto de 2011

DIA DO MAÇOM




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A MISSÃO DA MAÇONARIA NO SÉCULO XXI

Saudações Protocolares:

Excelentíssimo Senhor Senador Mozarildo Calvalcante;

Excelentíssimo Senhor Senador Cristovam Buarque;

Excelentíssimo Senhor Deputado Federal Izalci Lucas;

Soberano Irmão Marcos José da Silva, Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil;

Irmão Vanderlei Freitas Valente, Secretário-Geral da CMSB;

Irmão Rubens Ricardo Franz, Secretário-Geral da COMAB;

Eminente Irmão Mário José Ribeiro Chaves, Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal;

Autoridades Civis, Militares e Maçônicas presentes;

Representantes de entidades paramaçônicas;

Senhoras, Senhores;

Minhas cunhadas, sobrinhos, meus Irmãos,

Já se tornou uma rotina prazerosa a comemoração do Dia do Maçom no Senado da República, sempre a convite do Senador Mozarildo Cavalcanti, maçom filiado a Loja Maçônica “20 de Agosto” nº. 1818, Federada ao Grande Oriente do Brasil, na capital Boa Vista (RR). Nesta data Magna venho, hoje, representar o Grande Oriente do Distrito Federal e consequentemente, o Eminente Ir. Jafé Torres nosso Grão-Mestre que, por motivos particulares, encontra-se licenciado do cargo. Sou Lucas Francisco Galdeano, Grão-Mestre Distrital em exercício.

Irmão e amigo Senador Mozarildo receba, por meu intermédio, o carinho agradecido de todas as Lojas Maçônicas da nossa jurisdição, por essa Sessão Solene em homenagem ao Maçom brasileiro.

Minha alegria hoje é dupla: a comemoração desta data magna e por estar presente no Senado da República.

A Maçonaria Brasileira sempre esteve presente nesta Casa desde a Independência, o Segundo Reinado, a República (da Proclamação até a presente data). Por esta Instituição vários maçons, no passado e no presente, deram a sua contribuição à construção do Brasil.

Para se entender o Brasil atual é de bom alvitre recordar os quatro vetores da formação da Nação Brasileira: a Coroa, a Cruz, a Espada e o Esquadro e o Compasso. A Coroa nos unificou enquanto a América Espanhola se esvaía em guerras civis; a Cruz era a religião do Estado até a Proclamação da República; a Espada era a garantidora da integridade nacional; qual seria então o papel do Esquadro e do Compasso?

Não é demais recordar que a Maçonaria ajudou o Brasil a se tornar uma monarquia constitucional, desde a sua independência (1822) até a proclamação da República (1889). Envidamos esforços à formação do Estado-Nação brasileiro.

Ao contrário dos outros países da América Hispânica que tiveram um processo de independência extremamente cruento, pois lutaram contra a Coroa espanhola, contra a Igreja Católica, tentaram abolir a escravidão e implantar uma reforma agrária, ou seja, um processo de ruptura na acepção da palavra, infelizmente incompleto. O processo brasileiro foi bem diferente: o filho do Rei de Portugal – D. Pedro – proclamou a independência, manteve-se a religião católica como religião de Estado, não se tocou no estatuto da escravidão e as relações jurídicas da grande propriedade rural ficaram intactas, ou seja, um processo de transição e não de ruptura.

Em seus 67 anos de monarquia constitucional o Brasil construiu e fortaleceu o Estado-Nação enquanto a América Hispânica estava mergulhada em guerras civis republicanas. A Coroa Imperial Brasileira foi o grande fator aglutinador que manteve a unidade territorial brasileira, e estivemos presentes desde o início.

A Maçonaria brasileira ajudou, e muito, à Coroa manter a unidade territorial brasileira e criar as instituições que nos regem até os dias atuais. Tanto que o plano secreto maçônico no Segundo Império (1840-1889), segundo nosso Ir. Davi Gueiros rezava o seguinte:

- conservar a Nação unida a qualquer preço usando o Trono como seu ponto de apoio;

- controlar a Igreja Católica no Brasil, conservando-a liberal, dominada pela Coroa, com um clero não educado e, sobretudo, não ultramontano;

- lutar pelo “progresso” do Brasil por meio do desenvolvimento da educação leiga, da expansão do conhecimento científico e técnico (não estorvado pela teologia) e da importação de imigrantes “progressistas” e tecnicamente educados, dos estados germânicos, da Inglaterra e de outras Nações protestantes.

Fizemos a nossa parte no passado. Trata-se agora de ajudar a preparar o Brasil para ser a quinta economia mundial dentro de alguns anos.

Qual deverá ser então a nossa missão no presente? No meu modesto entender seria o de ajudar a finalizar o processo de implantação das idéias republicanas em termos político-institucionais e contribuir para extirparmos a pobreza absoluta no nosso país.

O Brasil proclamou a República, mas os nossos valores ainda não são plenamente republicanos. Se não são plenamente republicanos, o que seriam então? Nossos valores ainda são eivados de patrimonialismo e corporativismo.

O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Herança comum de nossa formação do absolutismo português.

O monarca gastava as rendas pessoais e as rendas obtidas pelo governo de forma indistinta, ora para assuntos que interessassem apenas a seu uso pessoal (tais como compra de roupas ou itens de despesa da Casa Real), ora para assuntos de governo (como a construção de uma estrada). Como o termo sugere, o Estado acaba se tornando um patrimônio de seu governante.

Os estudiosos do patrimonialismo revelam que a moral social desenvolvida no Brasil foi verticalmente formulada. Não importa se elaborada pela Igreja Católica ou pelo Estado Centralizador, em ambos os casos ficaram fora de sua elaboração as forças sociais vivas da Nação.

A maçonaria atua de modo a fortalecer a moral social nacional, tornando-a robusta e participativa em todos os segmentos da sociedade brasileira, removendo tais vícios históricos de maneira a elevar o conceito de cidadania.

O segundo ponto que a Maçonaria poderá auxiliar, será no de ajudar o governo e as forças vivas da Nação a extinguir a pobreza absoluta. Se conseguirmos formar um mutirão entre governo e sociedade poderemos acabar com a miséria absoluta antes de dez anos.

Do mesmo modo que hoje se pergunta como o Brasil pode conviver com a escravidão durante tanto tempo, sendo um dos últimos países a abolí-la: daqui a alguns anos os nossos pósteros se perguntarão como pudemos conviver com esse mal em pleno século XXI.

Em suma, senhor Presidente Senador Mozarildo, a Grande Obra da Maçonaria Brasileira para este século XXI será a de nos próximos anos auxiliar a Nação na sua reforma político-institucional para que tenhamos um encontro marcado com os valores republicanos e contribuir para que antes de 10 anos façamos todos, Estado e sociedade, a extirpação do câncer da miséria absoluta.

Que o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO nos ilumine e guarde nesta empreitada. Muito obrigado.


(Lucas Francisco Galdeano - DISCURSO proferido na Sessão Solene em Homenagem ao Dia do Maçom NO SENADO FEDERAL em 19/Agosto/2011)

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