quarta-feira, 29 de setembro de 2010

FREI BETO ABANDONA LULA E VIRA ELEITOR DE MARINA

Em visita a Bauru, ex-assessor da presidência critica Bolsa Família e diz que PT perdeu o rumo

Fernando Zanelato
Agência BOM DIA

Ex-assessor especial da Presidência da República durante os dois primeiros anos do governo Lula (2003 a 2005), o teólogo e escritor Frei Betto disse nesta quarta-feira ao BOM DIA, durante uma palestra no Sesc de Bauru, que vai votar na candidata do PV ao Palácio do Planalto em 2010, Marina Silva (PV).

Um possível apoio para a escolhida de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para sucedê-lo no poder só se dará no segundo turno, ainda assim só no caso da petista disputar com um candidato do PSDB.

“A entrada da Marina no páreo mudou a pauta”, diz Frei Betto, convicto de que a senadora vai ser fundamental para a discussão sobre o futuro do país. “A Marina obriga os candidatos a discutirem o projeto Brasil, sustentabilidade”, completa.

Sobre o presidente Lula, Frei Betto, apesar das críticas contundentes ao governo e ao PT, diz que ainda nutre “uma amizade” por ele, “mas sobre ela nós decidimos não falar em público”.

Quando o assunto é a sucessão estadual em São Paulo, onde o PT pode abdicar de ter candidato próprio para apoiar o deputado federal Ciro Gomes (PSB) – hipótese que Frei Betto acha “provável” –, mais críticas. “É bom porque o Lula tira o Ciro de dividir votos com a Dilma e resolve um problema que o PT não consegue porque não tem ninguém para ser candidato em São Paulo”, ironiza.


Bolsa Família é eleitoreiro

Um dos idealizadores do programa Fome Zero, Frei Betto não poupa palavras duras ao Bolsa Família, principal vitrine do presidente Lula.

“Lamentavelmente o Fome Zero foi criado e destruído pelo próprio governo Lula. O Fome Zero tinha um caráter emancipatório, previa que cada família que nele ingressasse dentro de dois anos estaria em condições de produzir a própria renda”, recorda.

Frei Betto acusa “um grupo no Planalto”, sem dar nomes, de acabar com o Fome Zero e aumentar o Bolsa Família pensando na permanência no poder.

“Esse grupo descobriu que não era interessante manter o Fome Zero e aí maquiou o Bolsa Família, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que mantém as famílias na dependência permanente ao governo e isso em termos de dividendos significa votos”, cutuca.

Sobre o pré-acordo já firmado entre o PT e o PMDB visando as eleições do ano que vem, Frei Betto, que nunca foi filiado a partido político, mais uma vez, atira.

“Eu lamento. Alguém está equivocado nessa história. Lamento que o PT tendo condições de fazer alianças com os movimentos sociais, com a sociedade civil prefira um partido que só tem um objetivo: é governo, sou a favor. Esse é o principio básico do PMDB, com raríssimas exceções”.

Ataques ao MST são armações da elite

Defensor dos movimentos sociais, Frei Betto diz que as manifestações contrárias ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) são armações da elite.

Ao comentar o episódio em que o MST invadiu uma fazenda da Cutrale em Borebi, na região de Bauru, e foi acusado de destruir tratores e furtar objetos dos moradores, o escritor dispara.

“Aquilo foi armado por quem denuncia o MST. Eu estou convencido disso. A Cutrale invadiu primeiro, aquelas terras não pertencem a empresa”, fala


Oposição
Perguntado o porquê do PSDB e do DEM não conseguirem fazer oposição ao governo Lula, Frei Betto é taxativo: “Eles continuam perdidos porque não têm base social. Eles têm eleitores, mas não têm sociedade civil organizada”, fala, ressaltando, no entanto, que o PT também perdeu essa característica.

“O PT cometeu o erro de, uma vez no governo, cooptar alguns [movimentos sociais], como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), que hoje representam mais o governo diante de suas bases do que suas bases diante do governo”.

O único momento de elogio ao governo do presidente Lula é quando comenta as políticas externa e, em parte, a econômica, mesmo assim ressaltando que as grandes reformas – agrária, tributária e política – não saíram do papel.


(Enviado por Boaventura Bonfim)

Um comentário:

Anônimo disse...

RSRSRSRSRSRSRSRS JÚNIOR PERGUNTA O ARQUIMEDES, O CLEY, O CABEÇÃO E O THEMIO SALES, ONDE ELES VÃO AGORA COMER DINHEIRO PUBLICO NA MOLEZA. RSRSRSRSRSRSRSRSR

EITA RODADAAAA GRANDE MANOOOOO