segunda-feira, 23 de abril de 2012

OLÍVIA CENTENÁRIA

Neste abril, Olívia Bezerra do Bonfim faz-se centenária. Nascida às margens tépidas do Poty, é uma legenda na História Educacional de Crateús. Estudou no Colégio das Dorotéias de Fortaleza, e foi uma competente mestra a serviço do ensino de sua terra. Foi diretora do Colégio Regina Pacis e do Colégio Lourenço Filho de sua cidade.

Alguns anos viu-se ameaçada a chegar a esta data inesquecível, por motivo de severa doença. Quando o sofrer lhe bateu à porta, ela abriu e respondeu com a resposta da serenidade. E se viu curada. Exalando tranquilidade de noite mansa, saiu-se vitoriosa.

Foi esposa amantíssima. Casada com Manoel Bonfim, teve dois filhos que os encaminhou na estrada vitoriosa da educação. Enquanto Olívia era tirocínio na tessitura da mente, Manoel acarinhava os linhos para moldar o corpo.

Quem deixa Lisboa em direção a Fátima, se depara com os verdes olivais deitados ao longo da estrada. O óleo de oliva é sinal de longevidade. Sinal de prudência. Se a simplicidade é o caminho para humildade, a prudência já é a própria sabedoria.

Hoje as luzes centenárias se confundem com o clarão majestoso do tempo pascal. O fogo santo brilha e a luz do círio pascal são os lumens que acendem a noite santa.

A vida é sempre uma seguida luta contra a morte. Olívia se encontra na galeria gloriosa dos mestres e mestras de Crateús, emoldurada pelo brilho de sua inteligência e pela prudência de sua rica sabedoria.

O óleo do saber, da temperança, da prudência a ungiram para tornar-se uma referência de mestra com sincero compromisso com a educação do povo e com a decência que norteia pessoas abençoadas e amadas por Deus.


José Maria Bonfim de Moraes
Médico-cardiologista


(na edição de hoje do Jornal Diário do Nordeste)

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