sábado, 8 de abril de 2017

MANOEL VERAS OU A AMIZADE E SUA VIRTUOSA TRINDADE!


Como ocorre a germinação de uma amizade?

Imagino que, como os grandes fenômenos que transitam pelos leitos insondáveis dos mistérios, a amizade deve brotar de uma sintética trindade: semente, solo e sol. É esse trino congraçamento o responsável pelo espetáculo da fertilidade.

O vinho, a sedutora e sublime bebida, que o Cristo solenemente proclamou ser o seu próprio sangue, também é fruto de uma harmoniosa combinação triangular: semente, solo e sol. Da semente bem selecionada, a uva mais qualificada. O solo drenado é o mais adequado. E o sol... Ah! O sol precisa inclusive monitorar o tempo que necessita ficar recolhido atrás das nuvens...

A amizade é, ademais, um cálice sagrado. Quanto mais liturgicamente o ingerimos, mais nos transfiguramos e experienciamos o voo invisível rumo ao platô celestial da aurora humana.

Eu e o Manoel vimos ao sol a partir do mesmo solo, da mesma cama de argila situada à margem do rio Poty, que era palco de dança dos Karatiús, os mais festivos índios destas plagas.

Nascido aos 19 de setembro de 1956, Manoel Veras é um virginiano observador e entusiasmado, prático e trabalhador, modesto e inteligente, amigo sincero e bom companheiro.

Na rua em que um dia Frei Vidal da Penha fincou uma Cruz, símbolo feito do cruzamento de dois pedaços de madeira (o vertical indica o amor a Deus e o horizontal, o amor ao próximo), andamos as calçadas da infância e recolhemos a argamassa do edifício da existência.

Manoel, um Bezerra dito Veras, se fez pedra e cal no empreendimento de sua trajetória: a fiação de uma biografia escrita com estreladas sílabas de alegria. Fez-se homem de verdade, com três 'hs': é honrado, honesto e holístico!

Honrou pai e mãe, Expedito e Maria José; honra a mulher, Tania, tenaz e terna; honra os filhos, Renata e Renê, reprodutores do amor paternal.

A honestidade, que na tribo jurídica chamamos probidade, ou a capacidade de não fraudar, é um dos mais caros valores que este Veras conserva.

Principalmente depois que desenvolveu o saudável hábito de espiar os costumes de outros povos, Manoel virou um homem dado àquilo que os gregos chamam de ‘holos’, ou seja, procura ver as coisas por inteiro, compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade.

Por conta da incorporação dessas virtuoses, foi auspiciado com o óleo generoso das promissoras oportunidades.

A vida lhe sorriu muitas graças, dentre elas a de ser um dos nossos raros conterrâneos a servir sua gente ocupando assento nos três poderes: foi por seguidos mandatos representante do povo no Legislativo estadual; esteve no Poder Executivo como Secretário de Administração do Estado e, hoje, é Magistrado, Juiz, julgador das Contas Públicas Municipais.

Caro Manoel, cujo nome significa Deus Conosco, neste momento em que celebramos suas três décadas em dobro, não nos cabe outra coisa senão elevar o coração à Trindade Superior e cantar Gracias à la Vida!

Parabéns!

(Júnior Bonfim, 19 de setembro de 2016)

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