terça-feira, 23 de novembro de 2010

CENTENÁRIO DA CIDADE


No inicio do mês, em contato com o doutor José Maria Bonfim de Morais, médico cardiologista que também se dedica às coisas do espírito, proseamos sobre temas de relevo e suscitadores de enlevo.

Famoso em Fortaleza, José Maria também granjeou conceito internacional. Além da intensa atividade profissional, é militante filantrópico e integrante, dentre outras, da Associação Cearense de Escritores (ACE) e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES).

Conhecedor da sua habilidade na edificação das palavras e das suas incursões pelas mágicas grutas da poesia, lancei-lhe convite para tomar assento na Academia de Letras de Crateús. Imaginei que, mercê do destaque que conquistou e das inúmeras atribuições, declinaria habilidosamente da incitação. Sua resposta me surpreendeu: - Sentir-me-ia muito mais honrado em participar da Academia de Letras da minha terra do que da Academia Brasileira de Letras.

No desenrolar do diálogo discorreu sobre projetos e idéias que trabalha para o ano que vem, quando haveremos de celebrar o centenário da cidade de Crateús. Lembrou que 1911 foi um ano virtuoso para a terra do Senhor do Bonfim. Um dia após a inauguração da cidade, nasceu José Maria Moreira do Bonfim, monsenhor Bonfim, “tio Zezé” para os íntimos. No mesmo ano nasceu também Francisco Ferreira de Moraes, o monsenhor Moraes, posteriormente celebrado como o maior construtor da cidade de Ipú. Em 1911 nasceram vários outros conterrâneos que se destacaram na construção de uma vida virtuosa e inscreveram seus nomes na lápide da História.

Criada pelo Decreto 1046, de 14 de agosto de 1911, a cidade de Crateús foi oficialmente inaugurada em 15 de novembro do mesmo ano. Portanto, em 15 de novembro do ano que vem será a ocasião de celebrarmos o centenário da cidade.

Estive, outro dia, em Juazeiro do Norte, a cidade fundada pelo Padre Cícero Romão Batista, que também completará um século no ano que vem. Apesar das visíveis dificuldades que o atual gestor daquela comuna enfrenta, a cidade está mobilizada para os festejos. Um enorme calendário assinala a contagem regressiva para a comemoração centenária. Uma intensa programação está desenhada para o ano que vem.

Crateús precisa seguir a mesma trilha. Afinal, há cinqüenta anos ocorreu intensa comemoração. O Padre Bonfim registrou o Programa do Cinqüentenário.

Às cinco horas da manhã do dia 15 de novembro de 1961 a cidade acordou com uma salva de tiros, seguida de uma passeata popular com música, fogos de artifício e repicar de sinos.

Às sete horas a multidão participou de uma Missa Campal em Ação de Graças, presidida pelo bispo Dom João José da Mota e Albuquerque.

Às oito horas houve o hasteamento da Bandeira Nacional no Paço da Prefeitura Municipal seguido de desfile do 4º Batalhão de Engenharia e Construção e dos Colégios da Cidade.

Às quatorze horas a comunidade assistiu uma Sessão Magna da Câmara Municipal, realizada no Crateús Clube (atual sede da Justiça Federal). Na ocasião, o doutor Afrânio Gonzaga Sales proferiu uma conferência sobre o problema da lavoura e da pecuária na região.

Às dezessete horas foi inaugurado o marco do cinqüentenário da cidade e lançada a pedra fundamental da avenida no entorno da Catedral.

Às dezessete horas e trinta minutos alunas do Instituto Santa Inês fizeram uma exibição de ginástica e educação física.

À noite, foram oferecidos bailes à sociedade local nos Clubes Caça e Pesca e Sete de setembro (um Clube popular situado no final da Rua Marechal Hermes, à beira do Rio Poty).

Na época também foi lançado o Hino do Cinqüentenário.


Como se vê, o centenário é um desafio que urge ser encarado. Imediatamente. Afinal, em priscas eras nossos ancestrais promoveram um show comemorativo.


(Júnior Bonfim, na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro Oeste)

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