quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O QUADRO DA SALA


Vinte anos afastado de sua criação,
Como um barco à deriva pela vida,
E as cores pedindo ajuda as suas mãos
Para darem formas as novas margaridas.

Então, pela cidade de Paraty, sentiu-se atraído
Como se aquele lugar fosse sua aquarela
Ao chegar, por um pássaro vermelho foi recebido
Quando abriu para o mundo sua janela.

Mas gente sempre foi sua verdadeira paixão
E os quadros foram chegando com rostos e cores,
Pintados sobre a lona de um caminhão,
Que de suas viagens traz remendos e amores.

Histórias foram completando seu ateliê e galeria,
Enquanto suas telas traçavam as rotas do mundo,
Mas no Rio de Janeiro existia uma sala ainda vazia
Em que um casal aguardava um quadro profundo.

Este em busca de uma arte que tocasse o seu ser
Até que um intenso azul iluminou suas retinas.
Nascendo nele, o ávido desejo de conhecer
O criador da pureza das duas belas meninas.

Os pincéis com suavidade traçaram linhas convergentes
E as vidas dos três se cruzaram na “Veneza Brasileira”,
Pois a arte que por sublimidade é atraente
Constrói entre as pessoas uma relação verdadeira.

Depois de apreciarem tanta beleza,
Em uma tarde, em tão agradável companhia,
O Casal sentiu no âmago a certeza
De que sua sala clamava por aquela alegria.

Então, foram surpreendidos pela nobreza do pintor
Que lhe propôs criar um quadro com seu gosto
E nas noites seguintes, a moça sonhou com a cor
Que daria vida a tela e cada rosto.

Já no aniversário dela, como se por magia,
Duas jovens de sombrinhas em tons vibrantes
Preencheram de encanto a sua sala vazia,
Tornando inesquecível cada instante.


(Silvia Régia Lopes Melo)


Elias de França disse...

Que belo poema, poetisa!

Como que pintando uma historia de vida, os versos vão pincelando as imagens de distâncias findas em doces reencontros, longas idas em coloridos chegares, saudades perdidas reachadas em novas invenções... pintada assim, então, a vida parece tela em aquarela!

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Olá Júnior,

Poema lindo, muito bem comentado por Elias de França, que quase me deixou inibida a comentar.

Silvia realmente pinta com palavras uma linda aquarela onde a vida explode em tons variados.

Parabéns a Silvia pela arte.

Parabéns ao Elias pelo valoroso comentário.

E, parabéns a você, Júnior, pela magnífica postagem.

Um abraço,

Dalinha

Um comentário:

Dalinha Catunda disse...

Olá Júnior,

Poema lindo, muito bem comentado por Elias de França, que quase me deixou inibida a comentar.
Silva reamente pinta com palavras uma linda aquarela onde a vida explode em tons variados.

Parabéns a Silva pela arte.
Parabéns ao Elias pelo valoroso comentário.
E, parabéns a você, Júnior, pela magnífica postagem.
Um abraço,
Dalinha